‘Em verdade eu vos digo, todas as vezes que não fizestes isso a um desses pequeninos, foi a mim que não o fizestes!’

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Projeto Pelicano

História do Projeto Pelicano

O ano de 2019 foi um marco doloroso em nossas vidas. Sofremos um acidente com nosso filho, e essa tragédia deixou marcas profundas. Fiquei meses acamada, fragilizada, sob o efeito de medicações e exigindo cuidados constantes. A dor era imensa, tanto física espiritual e emocional. Nos dias de maior sofrimento, me perguntava qual era o propósito de tudo aquilo, por que estávamos passando por uma perda tão grande.

Foi nesse período difícil que uma ligação mudou tudo. Meu esposo recebeu a notícia de que uma mulher, diagnosticada com câncer, estava enfrentando dificuldades para cuidar de seus três filhos pequenos. Ela não tinha renda e precisava de ajuda com o básico para sobreviver. Ao ouvir isso, minha primeira reação foi querer enviar uma doação. No entanto, algo dentro de mim acredito que o Espírito Santo me fez hesitar. Senti que apenas mandar ajuda não era suficiente; eu precisava vê-la, estar perto dela e tentar fazer algo a mais.

Quando cheguei à sua casa, fui tomada por um misto de sentimentos. A situação dela era triste. Enfrentando uma doença terminal, sem apoio e com três crianças para cuidar, aquela mulher se mostrava exausta, mas ainda cheia de amor pelos filhos. Meu coração se apertou diante de tanto sofrimento. A partir daquele momento, não houve mais volta. A experiência me marcou profundamente e abriu meus olhos para uma realidade que, até então, eu não conhecia de perto.

Ao longo dos dias seguintes, conheci outras pessoas que viviam em situações igualmente difíceis. Eram famílias inteiras lutando contra a fome, mães desesperadas sem saber como alimentar seus filhos, crianças sem qualquer perspectiva de um futuro digno. Aos poucos, percebi que Deus estava me chamando para algo maior.

Tudo foi se moldando sob a ação do Espírito Santo. Meu esposo e eu já tínhamos uma trajetória de 15 anos como vicentinos, ajudando os mais necessitados, mas agora esse chamado ganhava uma nova forma, mais intensa, mais profunda. Não bastava apenas ajudar pontualmente; precisávamos nos dedicar inteiramente a essa missão.

Entretanto, no início, não tínhamos um nome. Havia muitas opções, mas nada parecia tocar nosso coração. Queríamos algo que representasse a essência do que estávamos construindo, mas nenhuma ideia parecia ser a certa. Foi então que, um dia, meu esposo estava em oração diante do Santíssimo Sacramento e, naquele momento de intimidade com Deus, recebeu uma resposta inesperada.

Na porta do Sacrário, onde as hóstias consagradas são guardadas, estava entalhado um pelicano. (Esse símbolo cristão tem um significado muito especial: diz a tradição que o pelicano, em tempos de escassez, fere o próprio peito para alimentar seus filhotes com o próprio sangue. Ele representa Cristo, que se entrega por nós em um ato supremo de amor e sacrifício.)

Meu esposo recebeu de Deus esse presente o nome do nosso projeto. Ele voltou para o banco da igreja, olhou para mim e disse: “Já temos um nome: Projeto Pelicano.” No início, não compreendi completamente, mas aceitei com fé.

Nosso trabalho começou de forma simples, sem uma sede, sem recursos, apenas com o desejo sincero de servir. Minha cunhada e eu trabalhávamos ao ar livre, na calçada, enfrentando sol e chuva, cadastrando famílias e organizando doações. Também meu filho mais novo e minha irmã que nos ajudavam, e juntos fazíamos o possível para atender cada pessoa que nos procurava.

Com o tempo, o projeto foi crescendo. As necessidades aumentavam, mas, junto com elas, surgiam também mais voluntários, mais pessoas dispostas a estender a mão. Após um ano e meio de dedicação, conseguimos finalmente um espaço fixo para nos organizarmos melhor.

Foi então que nasceu nossa pequena escolinha (Clubinho Pelicano), um local onde as crianças podem não apenas se alimentar, mas também aprender, brincar e se sentir acolhidas. No café da manhã, oferecemos uma refeição reforçada, garantindo que nenhuma criança comece o dia com fome. Além disso, realizamos diversas atividades que contribuem para o desenvolvimento delas, como recreação, xadrez, ginástica artística, educação física e arte.

Mas nosso trabalho vai além da educação. Entendemos que muitas dessas crianças precisam também de apoio emocional e espiritual. Por isso, oferecemos formação religiosa, alfabetização, catequese e reforço escolar, além de acompanhamento psicológico e atendimento espiritual. Cada detalhe do projeto é feito com amor e respeito, sempre buscando transformar vidas.

A dor da nossa perda ainda existe, e sempre existirá. Mas encontramos um novo significado para ela. Ao servir, encontramos cura. Ao ajudar, encontramos força. Descobrimos que não há forma melhor de lidar com a dor do que transformá-la em missão.

Hoje, vivemos o céu aqui na terra, servindo aos mais necessitados. Sabemos que essa jornada não é fácil, mas seguimos confiantes de que Deus nos dá forças a cada passo. E seguimos sempre sob a intercessão de São Francisco e de Nossa Senhora de Guadalupe, certos de que estamos no caminho que Ele nos chamou a trilhar.